Atualmente, estou ainda mais desconectada dos rituais culturais e das formas como a sociedade atual é organizada. Vejo o mundo hoje, apesar de todo o avanço tecnológico, mais para a Idade Média ou com tendência ao barroco degradado e empobrecido.
Vejam só a desconexão. Acredito no modelo familiar clássico, no tripé composto por pai, mãe e filhos (caso o casal desejar tê-los), tendo como assento que dá sustentação a relação: o amor, sendo este uma forma de oferecer suporte cultural e estrutura psíquica para que o sujeito consiga sobreviver na civilização. Lembro que esse modelo não é o burguês, em que o vínculo é criado por meio de contrato e talvez seja aí que as coisas começam a complicar, a relação íntima passou a ser essencialmente um negócio e nem o amor é a banalidade exposta em camisetas e rotado por todos os lados.
Desta forma, aquilo que São Paulo diz em relação ao trabalho prestado pelo escravo ao senhor, que trabalhasse pelo amor e não pela servidão, hoje não tem mais sentido. O casamento, o trabalho, os comportamentos das pessoas são tudo um comércio, em que o sujeito se tornou um escravo sem autenticidade, virou um robô alimentado pela mídia, pelos livros de receitas de Como isso e Como aquilo....
Eu mim sinto um verdadeiro elefante drummondiano na selva do século XXI.
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