"Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor". João Guimarães Rosa

28 setembro 2016

MIOSÓTIS - GUIMARÃES ROSA


Em alemão miosótis aparece no poema "o novo Orfeu" com o termo "vergiBmeinnicht"

"Orfeu
Músico do outono
Embriagado do mosto de estrelas
Ouves a Terra girar
Hoje com mais força que sempre?
O eixo do mundo enferrujou
À tarde e de manhã as cotovias voam para o céu
Procuram em vão o infinito
Leões entediam-se
Riachos envelhecem
E os miosótis pensam em suicídio" 
Em "O novo Orfeu" Iwan Goll - Poesia Expressionista Alemã - uma antologia 

A flor Miosótis (Não-me-esqueças) é conhecida também em outras línguas como: “Forget-me-not” (Inglês), “Vergissmeinnicht” (Alemão), “Nomeolvides” (Espanhol), “Nontiscordardimé” (Italiano). Flor Miosótis significa recordaçãofidelidade e amor verdadeiro. É também conhecida como “Não-me-esqueças”. Segundo a lenda europeia, o jovem apaixonado era um cavaleiro que ao tentar apanhar a flor Miosótis para oferecer à sua amada, caiu no rio e se afogou devido ao peso da armadura que usava. Desde então, a flor simboliza o amor sincero e desesperado. A explicação do nome "não-me-esqueças" da flor pode ser explicada por algumas lendas. Uma delas diz que num belo dia de Primavera, dois jovens apaixonados se encontravam à margem de um rio. Nas águas turbulentas, a jovem avistou um ramo de miosótis flutuando e ficou maravilhada pela beleza da flor. O seu amado, mergulhou então para apanhar as flores e oferecê-las à sua namorada. No entanto, quando tentou voltar para a margem, foi arrastado pela forte correnteza. Esta lenda conta que pouco antes de desaparecer ele gritou para a sua amada: "Não me esqueça, me ame para sempre!". A partir desse dia a flor miosótis passou a crescer nas margens dos rios, para que mais ninguém tivesse que morrer por sua causa. (fonte)

“Aí, namorei falso, asnaz, ah, essas meninas por nomes de flores. (...) A lá, perto da casa de Mestre Lucas, morava um senhor chamado Dodó Meireles, que tinha uma filha chamada Miosótis. Assim, à parva, às tantices, essa mocinha Miosótis também tinha sido minha namorada, agora por muitos momentos eu achava consolo em que ela me visse – que soubesse: eu, com minhas armas matadeiras, tinha dado revolta contra meu padrinho, saíra de casa, aos gritos, danado no animal, pelo cerrado a fora, capaz de capaz! Daí, a Mestre Lucas eu tinha de dar uma explicação. Eu não gostava daquela Miosótis, ela era uma bobinhã, no São Gregório nunca tinha pensado nela; gostava era de Rosa’uarda. (...) Dona Dindinha, mulher de Mestre Lucas, no despedir, me abraçou, me de umas lágrimas de bondade: – “Tem tanta gente ruim neste mundo, meu filho... E você assim tão moço, tão bonito...” Aí, nem cheguei a ver aquela menina Miosótis. A Rosa’uarda, vi, de longes olhares.” João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas.

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